Apresentações lúdicas, minicursos, oficinas e exposições também foram pontos fortes na UFSCar nesta quinta-feira (1)
A quinta-feira (1) na XI Bienal de Matemática seguiu a vasta programação de atividades na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Novamente um ótimo público compareceu ao evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), para acompanhar plenárias, palestras, oficinas, minicursos e apresentações lúdicas.
Na sessão matutina, destaque para plenárias no Auditório Bento Prado com temas dos mais atuais na área de Ciências Exatas. Uma das palestrantes mais esperadas tratou de abrir os trabalhos no penúltimo dia da Bienal: Sylvie Oliffson Kamphorst, professora do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em sua plenária na Bienal, Sylvie apresentou o tema “Bilhares: um passeio pelos sistemas dinâmicos conservativos”. O objetivo foi apresentar a simplicidade dos bilhares, que são sistemas com dinâmica conservativa, e comprovar a riqueza de suas características.
“Sistemas dinâmicos é uma área super importante na Matemática e, em especial, na Matemática Brasileira. Achei a ideia de falar dos Problemas do Milênio e sobre questões abertas muito interessante. Entra ano e sai ano, e se discute o ensino da Matemática e como as pessoas lidam com ela é um problema. Uma pessoa que não sabe o mínimo de Matemática está despreparada pra vida, pois ela não sabe quanto que ela gasta ao final do mês, por exemplo. Então o ensino é muito importante para o âmbito social. E a Bienal é o lugar correto para reforçar a importância da Matemática na vida das pessoas”, avaliou a pesquisadora, com graduação em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Para Sylvie, outro tema que a organização acertou em expor nas plenárias na maior parte da semana foi a discussão de gênero na Matemática, algo que a presidente da SBM, Jaqueline Mesquita, defende insistentemente em seu mandato. “Percebo que está se discutindo muito a questão de minorias na Matemática, o que é fundamental. E não estamos falando somente de desigualdade de gênero. São minorias que precisam ser representadas na comunidade matemática e precisamos entender melhor como fazer isso”, completou a física.
Aluno de Bacharelado em Matemática da UFSCar, Gabriel de Azevedo Garrido aprova os temas variados apresentados nas plenárias desde o primeiro dia de Bienal. Para ele, que ainda não se decidiu por qual área seguir na carreira acadêmica, a bagagem do evento está o auxiliando para fazer a escolha decisiva ao término do ano.
“É um evento de grande magnitude que demanda um trabalho árduo da organização. Está sendo uma experiência muito enriquecedora, porque a gente conhece a Matemática do Brasil inteiro e matemáticos do país todo. A organização tem sido impecável, o evento tem correspondido às expectativas e ganhando elogios do público”, reconheceu o estudante.
“Na graduação, temos um apanhado de tudo que se estuda em Matemática. Como quero seguir a carreira acadêmica, é interessante que eu conheça algumas dessas áreas mais a fundo para ter condições de escolher aquela que mais me interessa. E com as palestras e os trabalhos apresentados, eu consigo distinguir qual aquela que mais me agrada. Esse é o caminho natural das coisas”, complementou Garrido.
Dos mais de 700 inscritos, há espaço para pais e filhos acompanharem juntos as exposições e jogos na parte vespertina, um dos vários pontos elogiados pelo público no evento. Professor da UFSCar, Luís Antônio Carvalho dos Santos levou a pequenina Natália, de apenas 10 anos, às apresentações lúdicas, o que despertou ainda mais a sua curiosidade pela disciplina.
“A Natália tem 10 anos e ela desenvolveu um interesse muito grande na Matemática através da mágica. Por exemplo, o professor Pedro Malagutti (da UFSCar) lida com mágica e truques no seu dia a dia. Visitando o departamento, a Natália desenvolveu uma amizade muito forte com ele. É muito comum ela ir à sala dele para aprender algum truque. E ela chega super empolgada em casa. Acho que isso ajuda a despertar a curiosidade para entender melhor os segredos da Matemática”, avaliou Luís.
Os olhos de Natália brilharam desde as primeiras apresentações de jogos e teoremas lúdicos. Apaixonada por frações, que já fazem parte do seu dia a dia na escolinha, ela tem tudo para desenvolver ainda mais habilidades de forma precoce, na visão do pai e professor da UFSCar.
“Quanto mais cedo ela tiver contato com a Matemática através de uma forma lúdica, melhor. Porque isso pode despertar o interesse nela na disciplina. Hoje, a forma que a Matemática é exposta nas escolas, é uma muito técnica. Então trazer o universo lúdico para uma criança de 10 anos, falar sobre Matemática através de uma brincadeira, ajuda a fazer essa conexão”, opinou o matemático.