Saldo do evento na UFSCar foi um sucesso e reuniu participantes da área, desde alunos a pesquisadores, das cinco regiões do Brasil
Por cinco dias, a cidade de São Carlos respirou o conteúdo sobre Ciências Exatas de uma forma bem agradável na XI Bienal de Matemática, que ocorreu na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ao todo, o evento promovido pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) contou com mais de 700 inscritos e reuniu pesquisadores de ponta e alunos de todo país, que aproveitaram a elevada variedade de atividades propostas pela organização.
O evento é um dos mais importantes de divulgação do conhecimento de Matemática no Brasil. Um dos pontos fortes da XI Bienal foi apostar em atividades diferenciadas, criativas e desafiadoras, como apresentações de mágicas e jogos na parte vespertina. Isso fisgou a atenção de crianças e até adultos, que viram uma nova maneira de ter contato com a ciência.
“É um evento democrático, que abrange pesquisas desde o ensino fundamental até oficinas concretas direcionadas para alunos de graduação. Eu vi os auditórios da UFSCar lotados, com um interesse muito alto por parte dos alunos ao longo da semana. É um fato muito importante para o evento, porque mostra a atração por parte dos jovens, que são o futuro da Matemática”, avaliou Daniel Pellegrino, vice-presidente da SBM.
Em 2024, a Bienal de Matemática realizou palestras sobre os famosos sete problemas do milênio nas sessões matutinas. As exposições lúdicas nas sessões da tarde foram um dos principais destaques do evento. Tulio Koneçny se apresentou em uma oficina na última sexta-feira (2) para apresentar seu projeto de jogos educativos ao público.
Para ele, a experiência foi fascinante, pois teve a oportunidade de alcançar o público-alvo de seu projeto na Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp).
“Tivemos aproximadamente 30 pessoas na oficina, e são professores de todo o Brasil. E foi um público bem diversificado, desde alunos de Licenciatura em Matemática até professores doutores. Ter a oportunidade de levar meu trabalho – os jogos educativos – ao público-alvo para poderem fazer suas aplicações foi uma experiência ímpar”, analisou o pesquisador capixaba.
Um dos inscritos que pode apresentar seu trabalho na parte vespertina da Bienal foi o maranhense Davi Macedo Lima. Ele é estudante de graduação na Universidade Federal do Pará (UFPA), campus de Salinópolis.
Essa semana se tornou sua primeira experiência na Bienal de Matemática, o que impressionou o estudante de Salinópolis pela estrutura oferecida ao público.
“O evento foi muito bacana, nunca tinha visitado um campus tão grande como o da UFSCar. Só esse prédio é duas vezes maior que o nosso em Salinópolis. Foi a primeira vez que apresento um trabalho na Bienal, fiquei um pouco nervoso, mas ainda assim muito seguro do que estava apresentando. O motivo de ter apresentado esse trabalho foi a sua importância no currículo. E como eu quero fazer Mestrado, essa experiência conta muito”, declarou Davi.
Dos mais de 700 inscritos, todas as regiões do Brasil foram representadas, o que engrandeceu ainda mais o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimento entre os participantes.
“O propósito da Bienal é algo fantástico, pois ela tem a capacidade de unir matemáticos do país todo, de áreas diferentes, então você consegue aproveitar várias atividades, como amostras de pôsteres, oficinas, seminários, minicursos de cada área. No fim, você pode trocar figurinha com alguém do mesmo segmento. O mais importante é conectar pessoas e não vejo outro lugar melhor para fazer isso do que aqui”, completou Koneçny.
Na visão da SBM, o saldo da XI Bienal, a primeira em São Carlos, e a volta do evento ao estado de São Paulo após 10 anos, é extremamente positivo. Foram mais de 1.000 participantes em todo o evento e isso já gera ansiedade para a realização da próxima edição, em 2026.
“A realização da Bienal é uma responsabilidade que a SBM tem que carregar. E a Jaqueline carrega esse cuidado, pois busca aliar seu propósito a outras Sociedades com quem criamos o diálogo, como a Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC). A estrutura da UFSCar permitiu atividades em várias salas e sempre havia alunos interessados nas atividades. O saldo é bastante positivo, especialmente pelos jovens, que são eles que vão assumir a Matemática daqui para frente”, encerrou Pellegrino.