Evento organizado pela SBM e SBMAC vai até sexta-feira (21) com a participação de pesquisadores de referência de ambas as nações
O terceiro dia do Encontro Conjunto de Matemática Brasil-China em Foz do Iguaçu destacou três dos palestrantes mais esperados do evento até aqui. No mesmo dia, o auditório do JL Hotel by Bourbon reuniu o presidente da Sociedade Chinesa de Matemática, um medalhista Fields e um membro vitalício da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
O evento é organizado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), pela Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC) em parceria com a Sociedade Chinesa de Matemática.
Na quarta-feira (19), quem iniciou os trabalhos foi Gang Tian, Presidente da Sociedade Chinesa de Matemática e que havia falado aos participantes na última segunda-feira (17), na Sala Brasil. O tema da pesquisa explanado foi o Progresso e Aplicações do Fluxo de Ricci, que atraiu centenas de interessados. Presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), Paolo Piccione presidiu a sessão. Para Tian, ver palestrantes e ouvintes de ambos os países no mesmo local só enriquece ainda mais a proposta do encontro.
“China e Brasil têm um histórico muito forte de cooperação, especialmente em Ciências e Matemática. Há algumas semanas, o Presidente Lula visitou a China e se encontrou com nosso Presidente. Os dois países mantêm ótimas relações e estão alinhados em aumentar a influência nessas áreas de pesquisa. O Brasil sempre teve excelentes matemáticos e a China está desenvolvendo uma nova geração de profissionais capacitados. Por isso, é muito bom esse intercâmbio de ideias, pois ajudará essa geração de matemáticos e as próximas que virão”, defendeu o chinês.
Em seguida, quem assumiu o microfone foi o russo Efim Zelmanov, medalhista Fields, o popular “Prêmio Nobel de Matemática”, de 1994, e especialista quando o assunto são Problemas Combinatórios em Álgebra. Hoje, o pesquisador vive na China, porém guarda bastantes amigos e colaboradores deste lado do mundo, o que o deixa fascinado em eventos como o Encontro em Foz do Iguaçu.
“São dois países que dão bastante atenção para a evolução da Matemática, pois ela hoje é uma parte importante para o desenvolvimento tecnológico. É magnífico que matemáticos se reúnam para discutir o que fazem, qual linha de pesquisa trabalham, vindos de diferentes culturas, falando diferentes línguas… Este encontro destaca a colaboração entre brasileiros e chineses e certamente vai possibilitar um futuro promissor, porque eles podem alcançar uma sinergia, discutir projetos e ideias inovadoras, visitar seus países. Eu, por exemplo, moro na China hoje, mas tenho muitos companheiros da época da União Soviética que estão no Brasil. Antes da pandemia, visitava o Brasil praticamente todos os anos. É muito bom estar aqui em um evento que celebra o intercâmbio de cultura e conhecimento”, elogiou Zelmanov.
Para fechar o rol do terceiro dia, o Professor Yuan Jinyun subiu ao palco para discutir exatamente os benefícios da cooperação entre Brasil e China na área de pesquisa em Matemática. Ele traz uma particularidade: nasceu em uma comunidade rural do país asiático, porém sua trajetória bem-sucedida na área de Tecnologia o fez adentrar nossas terras.
Jinyun é professor titular do Departamento de Matemática na Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde 1996, membro vitalício da ABC e cidadão honorário de Curitiba. Sua experiência também é conhecida nas duas instituições organizadoras do Encontro. É editor associado da SBMAC e, ao mesmo tempo, editor-chefe da Coleção de Matemática Aplicada e Computacional da SBM.
O Encontro Conjunto de Matemática Brasil-China tem como patrocinadores o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a Fundação Araucária, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
A programação completa do Encontro, que vai até a próxima sexta-feira (21), está disponível no site oficial do evento.