Instituto Serrapilheira – Inscrições para curso em ecologia quantitativa terminam em 22 de setembro

Alunos usarão conceitos de cálculo e programação para lidar com questões ecológicas

O Instituto Serrapilheira está com inscrições abertas até 22 de setembro para o Programa de Formação em Ecologia Quantitativa. Inovador, o curso traz conceitos de cálculo e ferramentas de programação para criar modelos matemáticos que ajudem a lidar com questões ecológicas. O instituto busca alunos de graduação e mestrado de qualquer área do conhecimento, como biologia, matemática, física, ciência da computação, engenharia, interessados nos diversos subcampos da ecologia. As inscrições podem ser feitas pelo site do Serrapilheira. O edital completo está disponível no mesmo link.

Os candidatos precisam ter capacidade de trabalhar em equipe, curiosidade para aprender novos conceitos e métodos e ainda disposição para colaborar com o desenvolvimento de novas atividades. Também é desejável que tenham alguma familiaridade com cálculo diferencial e integral, especificamente em conceitos como funções, limites e trigonometria, exponenciais e logarítmicas, além de serem capazes de resolver derivadas e integrais simples.

“O campo da ecologia é estratégico para o Serrapilheira porque acreditamos que o desenvolvimento do Brasil depende da capacidade de entender e preservar seus ecossistemas tropicais”, destaca Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do instituto. “É essencial que a ciência brasileira, de modo geral, abrace a transdisciplinaridade e que os campos da biologia, informática, humanidades e economia conversem cada vez mais para encontrar soluções sustentáveis para nossos ecossistemas”, completa.

A formação inclui dois módulos: um teórico e um empírico. No módulo teórico, os alunos passam por um treinamento intensivo em ferramentas quantitativas usadas na ecologia e desenvolvem seus projetos com modelagem matemática. Eles irão se aprofundar nos diferentes campos da pesquisa em ecologia por meio de aulas expositivas, aprendizado de ferramentas quantitativas e sessões de discussão com cientistas que atuam em centros de pesquisa de excelência no mundo todo.

Estão previstos ainda seminários, palestras, workshops e encontros com pesquisadores de diversas instituições de todo o mundo.

O curso teórico será presencial no Rio de Janeiro. Os candidatos devem ter, portanto, disponibilidade para permanecer na cidade por dois meses, de 8 de janeiro a 8 de março de 2024. O Instituto Serrapilheira irá providenciar a hospedagem, e os selecionados também terão uma ajuda de custo no valor total de R$ 3.000 para cobrir gastos com transporte e alimentação. O programa irá custear as passagens de ida e volta de alunos de outras cidades do Brasil para a capital fluminense.

Poderão se candidatar a uma das 30 vagas do programa pessoas com o mestrado em andamento ou concluído em qualquer área do conhecimento, desde que feito em uma instituição de ensino superior do Brasil. Quem está cursando ou já concluiu a graduação também é elegível. 

Curso de campo

Ao final dos dois meses do módulo teórico, os estudantes serão convidados a se inscrever na segunda etapa da formação, o módulo empírico. Dos 30 alunos, 16 serão selecionados para essa fase do curso de campo, que terá duração de três a quatro semanas. A imersão ocorrerá em dois biomas diferentes: Mata Atlântica e Amazônia.

“É um curso de campo que leva em conta a parte teórica de modelagem matemática e a parte prática, de coleta de dados e observação de padrões na natureza”, explica Flávia Marquitti, coordenadora científica do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa. “Essa mistura de alunos e a formação interdisciplinar permite que eles dialoguem intensamente e proponham soluções para os problemas encontrados”, completa.

Alunos da edição de 2023 do curso durante imersão na Amazônia. 
Foto: Divulgação/Instituto Serrapilheira.

Na edição de 2023 do programa, os alunos aprenderam,  ao longo de 20 dias na Mata Atlântica e Amazônia, como é feita a atividade de campo e entenderam como fazer o relato acadêmico dessa experiência prática, utilizando as ferramentas quantitativas para testar os modelos desenvolvidos ou criar modelos a partir dos fenômenos observados diretamente na natureza.

Tiffany Vilca Wanderley, estudante da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), foi uma das participantes do curso de campo.“Foi algo que eu nunca imaginei viver. Foi simplesmente genial essa ligação que fizeram entre trabalho de campo e teórico envolvendo modelagem matemática. Estive em contato com colegas e professores incríveis. Além de conseguir visualizar um novo caminho que posso seguir como pesquisadora da região amazônica, essa rede de pesquisadores de vários lugares do mundo é algo extremamente valioso para mim”, comenta.

Alunos na Mata Atlântica durante o curso de campo de 2023. 
Foto: Divulgação/Instituto Serrapilheira

Sobre o Serrapilheira

Criado em 2017, o Instituto Serrapilheira é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. Foi criado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade, ajudando a construir uma sociedade cientificamente informada e que considera as evidências científicas nas tomadas de decisões. O instituto tem três programas: Ciência, Formação em Ecologia Quantitativa e Jornalismo & Mídia. Desde o início de suas atividades, já apoiou financeiramente mais de 300 projetos de ciência e de comunicação da ciência, com mais de R$ 80 milhões investidos.

Para maiores informações acesse: https://serrapilheira.org/programa-de-formacao-em-biologia-e-ecologia-quantitativas/