Delegação composta por seis integrantes voltou da Costa Rica com quatro medalhas, sendo uma de ouro. Competição reuniu 14 países das Américas de 6 a 12 de agosto
O Brasil fez bonito na 3ª edição da Olimpíada Pan-Americana de Matemática para Garotas (PAGMO, sigla em inglês), competição que reuniu meninas de até 17 anos em San José, na Costa Rica. No certame, que foi realizado de 6 a 12 de agosto, o time verde e amarelo ficou em 3º lugar em meio a 14 países participantes, superado apenas por Peru e México.
A edição de 2023 foi a primeira da PAGMO de forma presencial e contou com uma equipe brasileira formada por quatro adolescentes de potencial na área: a mineira Alice Ella Schneider (de 15 anos), medalhista de ouro, a paulista Camila Maeda Shida (15), que ganhou medalha de prata, e a carioca Ana Beatriz Barbosa Pazó Serpa (16) e a brasiliense Estela Baron Nakamura (16), que conquistaram medalhas de bronze.
As quatro estudantes foram selecionadas para a PAGMO mediante a processo seletivo organizado pela Comissão Nacional de Olimpíadas de Matemática da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). No total, 49 meninas participaram da competição, inspirada na Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas (EGMO).
O formato do evento segue o modelo da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), com dois dias de prova e duração de 4h30 no total. As questões abrangiam as áreas de Geometria, Álgebra, Combinatória e Teoria dos Números. As líderes do time do Brasil foram as professoras Vitória Aparecida Santos Ferreira e Luíza Clara de Albuquerque Pacheco.
A paulista Vitória avaliou que o desempenho das meninas foi muito satisfatório e mostra o potencial da nova geração do Brasil na área acadêmica. “Ficamos em terceiro lugar na competição, e quase empatamos com o México na pontuação total dos times. É uma colocação muito boa e demonstra a qualidade das meninas na Matemática do Brasil. Foi um prazer liderar a equipe”, comemorou a matemática, que depois explicou sua função dentro da competição.
“As obrigações consistem em escolher as questões da prova com as(os) líderes das outras nacionalidades, depois opinar nos critérios de correção, corrigir as provas das 4 estudantes e realizar a coordenação de problemas, em que os pontos que acho justos são confrontados com os oferecidos pela banca corretora e são confrontados até haver acordo entre os dois lados”, completou a Bacharel em Matemática Pura pela Unicamp e docente do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC-Jr.) da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
Vale reforçar que, após os dias de competição, as estudantes tiveram o prazer de ingressar em um tour pelas atrações turísticas da Costa Rica, experiência marcante na visão de Vitória.
“O comitê local foi muito organizado, tendo provido a infraestrutura do evento (acomodação, transporte entre hotel e aeroporto, guia para cada nação) e promovido a interação entre as 49 meninas, com os dois passeios e gincanas na quinta-feira e sexta-feira. Especialmente para o Brasil, único falante de português, foi uma oportunidade de intercâmbio cultural muito grande, o qual foi impulsionado pelo acolhimento que sentimos de todos os 14 países”, analisou a líder do time do Brasil na PAGMO.