Formação de pesquisadores em Matemática é tema de debate na Bienal da SBM

Discussões marcaram a última mesa redonda do evento

Por que é necessário que pesquisadores em Matemática não fiquem apenas no ambiente universitário e tenham também atuação no setor produtivo? E como realizar essa mudança de mentalidade? Essas foram questões centrais da mesa redonda “Custos e benefícios da formação de um pesquisador em matemática”, a última da X Bienal da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém.

Antes de dar início às discussões, a mediadora da mesa, Walcy Santos, aproveitou o clima de despedida para agredecer ao Comitê Organizador, à equipe técnica da SBM, aos palestrantes e à equipe de apoio pelos serviços prestados na Bienal, que é o maior evento de Matemática do Brasil.

Professor da PUC-Rio, Edgard Pimentel deu início à conversa utilizando o contexto da pandemia da Covid-19. “Podemos ser confrontado com emergências de diversas naturezas, e, como país, precisamos estar preparados para responder a esse tipo de emergências. Pode ser um desastre natural, pode ser uma pandemia, pode ser simplesmente a necessidade de movimentar o setor produtivo no país, e isso depende profundamente de pesquisa básica. É preciso saber quais são as demandas do setor produtivo e onde o conhecimento pode entrar”, pontuou.

“É preciso valorizar as Ciências Matemáticas como um bem que gera riqueza”, corroborou o José Alberto Cuminato, professor da USP em São Carlos e Diretor do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CEPID-CeMEAI).

A Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC) foi representada pelo seu Presidente, o professor Pablo Martin Rodriguez, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pablo apresentou um breve histórico, ações, Comitês Temáticos, prêmios, eventos, revistas, publicações e manifestações da SBMAC em defesa da ciência e destacou o papel das sociedades científicas na popularização do conhecimento. “Muitas vezes, vemos as sociedades científicas como algo muito distante, mas, no fundo, somos pessoas. As sociedades científicas não têm fins lucrativos e somos um grupo de pessoas seguindo uma missão comum que é tentar ajudar a fortalecer áreas do conhecimento”, definiu.

José Nazareno Gomes, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Secretário Regional da Região Norte da SBM, comentou o contexto dos profissionais de Matemática no norte do Brasil e apontou uma importante mudança em curso na região. “Os alunos da região norte que seguem a área acadêmica acabam indo para fora. Agora, isso está mudando um pouco, com o Programa de Pós-Graduação em Matemática da UFPA e da UFAM, que é o único doutorado em Matemática da região norte”, ressaltou.

Confira a íntegra da mesa redonda “Custos e benefícios da formação de um pesquisador em matemática” da X Bienal da SBM: