Vanessa Bielefeldt Leotti: conheça a nova integrante da Comissão de Gênero e Diversidade SBM/SBMAC

Estatística de 39 anos aceitou convite de fazer parte do grupo majoritário como incentivo para evoluir tais discussões em sua área

Nesta sexta-feira (12), encerramos a série que apresenta as novas integrantes da Comissão de Gênero e Diversidade das Sociedades Brasileiras de Matemática (SBM) e Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC). São quatro novas membras do grupo majoritário, que tomou posse em janeiro, entre elas a professora Vanessa Bielefeldt Leotti, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Vanessa Bielefeldt Leotti fez sua trajetória acadêmica por completo na UFRGS – Foto: Arquivo Pessoal

Aos 39 anos, Vanessa atua hoje no Departamento de Estatística (DEST) e é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia (PPGEPI) da UFRGS, instituição onde iniciou sua trajetória acadêmica em 2002. Seu talento como docente veio muito cedo, quase como um talento natural. 

Dar aulas + apego aos números

“Sempre fui uma criança estudiosa. Eu me lembro de ter sido indicada pela professora para ajudar um colega já no 3⁰ Ano do Ensino Fundamental, acho que foi minha primeira experiência como professora. Eu me recordo do orgulho dos meus pais e da gratidão da mãe do colega”, conta a gaúcha.

Nascida em Porto Alegre, Vanessa se acostumou a residir na região metropolitana da capital. Foi nos colégios nos municípios ao redor de ‘POA’ que ela começou a externar seu talento e apego pela área de Ciências Exatas.

Vanessa entrou para a Comissão de Gênero e Diversidade SBM/SBMAC em janeiro – Foto: Arquivo Pessoal

“Minha habilidade com os números começou cedo mesmo. Um professor de Matemática do final do antigo Primeiro Grau foi muito importante para solidificar meu gosto pela área. Mesmo assim, ao escolher o curso na inscrição de vestibular, eu não estava convencida de que queria Matemática, pois não queria ser ‘obrigada’ a dar aula”, admite Vanessa. 

Matemática? Não, Estatística!

Sem convicção em prestar vestibular para os cursos de Bacharelado ou Licenciatura em Matemática, a porto-alegrense se sentiu completa ao direcionar seu foco para Estatística. Com isso, a escolha pela graduação também a convenceu de que a livre docência também seria interessante para sua carreira. 

“Soube que Estatística é um curso que permitia trabalhar em empresas, serviço público etc. Apenas mais para o final da graduação é que entendi que existia a carreira acadêmica e dar aula voltou a ser algo atrativo”, explica.

Em 2002, Vanessa iniciou o curso de Bacharelado em Estatística pela UFRGS, completando a graduação quatro anos mais tarde. Na mesma instituição de Porto Alegre, ela emendou o Mestrado, em 2006, e o Doutorado, em 2010, na área de Epidemiologia, trabalhando especialmente com Bioestatística, que é uma área de aplicação da Estatística na Saúde. 

Assim que se tornou mestre em 2008, a gaúcha iniciou sua trajetória como professora da UFRGS exatamente no Departamento de Estatística. Após seu doutorado, ingressou no PPGEPI, onde protagonizou publicações sobre cálculo de tamanho de amostra, bioestatística, inferência bayesiana, modelos para estimar risco relativo, dados longitudinais e simulação.

Responsabilidade do cargo na Comissão

O convite para fazer parte da Comissão de Gênero e Diversidade da SBM/SBMAC veio através da então integrante do grupo Denise de Siqueira, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Vanessa é referência nas áreas de Estatística e Epidemiologia na UFRGS – Foto: Arquivo Pessoal

“Achei muito interessante, pois, na verdade, nunca fui sócia da SBM ou da SBMAC, já que as minhas áreas de formação e pesquisa são em Estatística e Epidemiologia. Conversei com pessoas próximas e resolvi aceitar o desafio, motivada pela ideia de aprender com essa comissão que já acumula alguns anos de experiência”, detalha Vanessa. 

Uma das grandes aspirações da estatística gaúcha para aceitar o convite de SBM e SBMAC foi adquirir bagagem e experiência para a sua área, já que o setor de Matemática parece estar mais avançado em tais quesitos.

“Aceitei também porque, na Estatística, ainda estamos um pouco atrasados nesse processo da discussão de temas de gênero e diversidade. Meus objetivos serão principalmente colaborar com todas as demandas que envolvam a Análise de Dados e também a representação da região Sul do Brasil”, revela. 

As 8 integrantes da Comissão 

Em janeiro, como dito anteriormente, assumiram lugar na Comissão de Gênero e Diversidade da SBM e da SBMAC as seguintes professoras: Asla Medeiros e Sá, da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp), Ana Cristina Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Maria Luz Fassarella do Amaral, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e Vanessa Bielefeldt Leotti, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Em seu segundo ano de mandato, completam a Comissão: Sylvia Ferreira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Luciana Aparecida Elias, da Universidade Federal de Jataí (UFJ), Flávia Morgana de Oliveira Jacinto, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), e Maria Joseane Felipe Guedes Macêdo, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).