Matheus Alencar de Moraes, de 16 anos, conquistou medalha dourada na IMO, competição mais prestigiada da área no planeta, onde Brasil faturou seis medalhas no total
Na 64ª edição da tradicional Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, sigla em inglês), realizada na Japão, quem sorriu por último foi o Brasil. O cearense Matheus Alencar de Moraes, de apenas 16 anos, ganhou medalha de ouro na competição mais prestigiada do planeta, realizada desde 1959, e que reúne adolescentes do mundo todo. O sucesso da delegação verde e amarela não parou por aí e representantes das regiões Sudeste e Centro-Oeste também brilharam no Oriente.
O carioca Rodrigo Porto e o paulista Leonardo Fakhreddine Maldonado abocanharam medalhas de prata na IMO, enquanto que o carioca Felipe Giglio, o paulista Felipe Shimamura Silva e o goiano Eduardo Henrique Rodrigues do Nascimento conquistaram três bronzes para o Brasil. Na soma de pontuações, o time brasileiro ocupou a 16ª posição, entre os 112 países representados na competição ocorrida entre 2 e 13 de julho. Os adolescentes que representaram o Brasil na IMO foram selecionados a partir dos resultados na 44ª Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), que conta com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Natural de Fortaleza, Matheus Alencar de Moraes chegou a Chiba, local da competição mundial, já carregando dois ouros na Olimpíada nacional. Mas você se espantaria se soubesse que o menino não ‘ia muito com a cara de Matemática’?
“No começo, eu não gostava muito de Matemática, porque, no Ensino Fundamental, acaba sendo uma coisa muito robótica. Eu não me sentia tão bem só resolvendo problemas e aplicando conteúdos”, contou Matheus à SBM.
Tudo mudou quando tinha 11 anos, quando a IMO entrou para sempre na vida do cearense. “Um amigo meu mostrou o mundo das Olimpíadas e eu conheci esse outro jeito mais criativo de pensar Matemática, em que você precisa ter mais ideias. Não é só aplicação de conteúdo. Quando ele me mostrou a IMO, fui me encantando pela coisa. Eu sabia desde então que queria ir para a IMO”, confirma o estudante do colégio Colégio Farias Brito, em Fortaleza, especializado em preparar estudantes para Olimpíadas nacionais e internacionais de conhecimento.
E para o futuro? Para um adolescente de 16 anos, Matheus já tem que lidar com perguntas sobre a precocidade das responsabilidades adultas. Mas, se demonstrou competência à frente de provas do outro lado do mundo, a maturidade vem à cena quando volta para a sua realidade.
“Penso em manter minha carreira numa coisa que seja ligada a essa capacidade de resolver problemas como em Olimpíadas de Matemática. Penso muito em Matemática e Ciências da Computação. O que eu sei é que quero continuar resolvendo problemas”, conclui o medalhista, que se inspira em referências da área como Artur Ávila e Carlos Gustavo Tamm de Araújo Moreira, o Gugu, que compõe a Comissão de Olimpíadas de Matemática da SBM.
O feito de Matheus representou a nossa 158ª medalha na história da IMO, sendo a 14ª dourada, seguida de 55 de prata e 89 de bronze. Vale reforçar que o Brasil é o país da América Latina com o melhor retrospecto na história da competição.