Pint of Science 2024: Evento chega à 10ª edição no Brasil e alia Matemática e truques lúdicos em Brasília

Na região Centro-Oeste, foram 13 cidades participantes do maior festival científico da área no ano e cerca de 2.500 pessoas que acompanharam as apresentações 

Pelo 10º ano consecutivo, a Matemática foi o centro das atenções no festival internacional Pint of Science, iniciativa que busca aproximar a ciência da sociedade de uma forma descontraída e acessível. De 13 a 15 de maio, 125 cidades participantes fizeram do Brasil o maior representante de um total de 25 países do maior evento de divulgação científica do planeta. 

Atividade no bar Lampião foi uma das várias espalhadas pelo Brasil do Pint of Science 2024 – Foto: Divulgação

Os encontros do festival ocorrem em bares, restaurantes e espaços públicos em todo o mundo, para compartilhar suas últimas pesquisas e descobertas com o público. O número inicial de municípios participantes era de 179, porém houve desistências de última hora devido às enchentes no Rio Grande do Sul que atingiram milhares de pessoas em todo o estado. 

Ainda assim, a quantidade total fez o Brasil quebrar novo recorde em nível internacional do festival. Luiz Almeida, Coordenador Nacional do Pint of Science, comemora a maior aceitação do evento por parte da sociedade. 

“Isso mostra que o festival continua em plena ascensão. E desta vez sairemos dos bares e restaurantes e vamos também para praças públicas e outros locais a céu aberto. Falar sobre ciência não é apenas uma escolha, mas uma necessidade para enfrentar desafios presentes e futuros”, diz. 

Em Brasília, um dos locais que apresentou atividades do Pint of Science foi o Lampião Gastrobar. Professor do Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT), Rogério César dos Santos foi acompanhado de dois alunos, Hanna Carolina da Silva Rezende e Thiago Henrique Campos Santos, do programa coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) na apresentação intitulada “Mágicas Matemáticas – ensinando Matemática por meio do lúdico”, realizada no último dia 15. 

A iniciativa consistia em uma apresentação de sete mágicas envolvendo Matemática, nas quais a plateia participou como voluntária em cada truque apresentado. O intuito foi mostrar como a disciplina pode ser trabalhada ou ensinada de forma lúdica para que o conteúdo possa ser mais atrativo aos olhos da comunidade. 

“Truques antigos foram apresentados, mas alguns truques atualmente em desenvolvimento, que ainda estão para ser publicados, também foram feitos no evento. A apresentação durou cerca de uma hora. No fim, percebemos que a plateia se envolveu e gostou bastante das mágicas mostradas”, avalia Rogério. 

A proposta do Pint of Science é tão descontraída que até o tímido Rogério se soltou à frente do bom público que compareceu ao bar em Brasília. Para Eduardo Bessa, Coordenador do evento na região Centro-Oeste, a estratégia de ‘desengessar’ a didática em ensinar ciência é o caminho correto para fazer a população criar menos resistência para agregar conhecimento. 


Professor Rogério César dos Santos (camiseta azul) coordenou atividades do Pint of Science no bar Lampião, em Brasília – Foto: Divulgação

“O Rogério teve uma postura de palco muito bacana e os alunos do PROFMAT tiveram também muita desenvoltura, tanto em brincadeiras clássicas de Matemática quanto novas e criadas por ele. O Point of Science é um evento muito rico, pois encurta o processo do conhecimento, de deixar o cientista conversar diretamente com o público em um ambiente descontraído”, confia o Professor do curso de Licenciatura em Ciências Naturais da Universidade de Brasília (UnB).

Ao todo, o Centro-Oeste participou do Pint of Science em 13 municípios dos quatro estados da região, incluindo as capitais Goiânia, Campo Grande, Cuiabá e Brasília. Foram realizadas 116 atividades nos três dias de evento em um total de 29 bares. Cerca de 2.500 pessoas acompanharam as apresentações do festival. 

PINT OF SCIENCE

O nome do festival é um trocadilho com a unidade de medida “pint”, que equivale a aproximadamente 600 ml e é usada na Inglaterra para servir cerveja.  Daí, uma das razões por ele ter surgido em terras britânicas ainda em 2012 pelos pesquisadores Michael Motskin e Praveen Paul, do Imperial College London. 

A ideia era levar pessoas com doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer para conhecer o laboratório onde trabalhavam e mostrar as pesquisas realizadas para tratar as moléstias. A primeira edição do evento ocorreu na Inglaterra em 2013.

O Pint of Science foi realizado pela primeira vez no Brasil dois anos mais tarde. Logo, o evento conquistou as pessoas pela forma descontraída com a qual explica a dinâmica das pesquisas.

A atração, realizada anualmente, reúne cientistas de diferentes áreas para apresentar suas pesquisas de forma acessível e descontraída para o público em geral. É organizado por voluntários em cada país participante e é uma oportunidade para explorar novos tópicos em um ambiente agradável.