Evento, sediado na UFPA, reunirá graduandos de diversas regiões e reconhece projetos de excelência em iniciação científica
Com o objetivo de reunir os melhores trabalhos de iniciação científica em Matemática do Brasil em um evento acadêmico de alto nível, a Semana Nacional de Iniciação Científica (SENIC) da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) chega a sua segunda edição em 2025. A II SENIC será realizada de 18 a 22 de agosto, com atividades sediadas no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.
Desde a primeira edição, realizada no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, o evento tem o intuito de incentivar os participantes a prosseguirem seus estudos de pós-graduação e a seguirem carreira profissional em Matemática, proporcionando um ambiente acadêmico rico em oportunidades.
Segundo João Rodrigues dos Santos Júnior, professor da UFPA e membro do comitê organizador da SENIC, a iniciativa é uma oportunidade para o intercâmbio científico entre os graduandos. “O evento permite uma interação entre estudantes de iniciação científica. Isso é muito bom, é muito motivador para todos eles, porque mostra que não estão isolados e que, em todas as regiões do nosso país, existem diversos núcleos de pesquisa. Eles vão poder interagir, se comunicar, trocar ideias, podendo gerar uma rede de colaborações para o futuro”, aponta.
Programação diversificada
Os cinco dias de programação da SENIC 2025 abrangem uma gama diversa de atividades – palestras plenárias com pesquisadores de todo o país, minicursos, sessões de comunicação oral e exposição de pôsteres e uma mesa-redonda que traz à tona o tema da popularização da Matemática.
“A maioria das palestras são de divulgação científica, para atrair a atenção e explicar um pouco do que se faz naquela área da Matemática, exatamente para o público-alvo do evento: alunos de iniciação científica, estudantes de graduação de licenciatura e bacharelado, e também apaixonados pela Matemática de outras áreas”, explica o professor João.
Alguns dos temas confirmados nas plenárias de divulgação são: Equações Diferenciais e a formação em Matemática; Operações e hereditariedade; Método de Newton para Equações de Projeção; Inteligência Artificial e Matemática, entre outros.
Outro destaque da programação da SENIC é a solenidade de entrega do tradicional Prêmio Hildebrando Munhoz Rodrigues de Iniciação Científica. Com o objetivo de destacar a excelência de projetos em andamento ou finalizados no ano letivo anterior, a honraria distingue os três melhores trabalhos em cada categoria de apresentação do evento – comunicação oral ou exposição de pôster. “Não é uma premiação qualquer: ela está se consolidando como a principal honraria da Matemática brasileira em nível de iniciação científica”, pontua o docente da UFPA.
Os estudantes premiados receberão um diploma outorgado em conjunto pela SBM, e pelo ICMC-USP, que também assina a realização do evento e da premiação. Além do prêmio em dinheiro, o qual cada estudante receberá uma quantia que varia de R$2000,00 a R$300,00, a depender da categoria. Os selecionados terão ainda direito a escolher dois livros da SBM, disponíveis na loja virtual da Sociedade.
A região Norte como protagonista
Segundo o professor João Rodrigues, o fato de a SENIC deste ano ser sediada pela UFPA traz um diferencial importante: a valorização e a representatividade da produção acadêmica do Norte do país. “Realizar a segunda edição do evento aqui é uma oportunidade para mostrarmos o trabalho desenvolvido na nossa região e para que os participantes tenham contato nos programas de pós-graduação locais”, destaca.
O protagonismo da região Norte nos eventos e iniciativas da SBM vem sendo consolidado de forma consistente ao longo dos últimos anos. Um exemplo recente é o sucesso do VII Colóquio da Região Norte, realizado em maio deste ano na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Parintins. Com mais de 300 participantes, o encontro não apenas representou um marco no processo de interiorização do conhecimento científico, como também reafirmou o potencial acadêmico da região, sobretudo diante dos desafios logísticos e de acesso enfrentados pelo município-sede.
Com os olhos voltados para o estreitamento de laços acadêmicos e o incentivo ao fortalecimento da pesquisa em iniciação científica, a II SENIC, em Belém, busca ampliar o diálogo entre diferentes regiões do país. “Estudantes do Nordeste, do Sudeste, do Centro-Oeste, muitos deles nunca vieram à região Norte do Brasil, então isso é muito importante. Encurta a distância entre a gente. Esse tipo de evento é fundamental e gera frutos a médio e longo prazo”, conclui o professor João.