Autores: Odirley Ferreira da Silva, Osvaldo Dos Santos Barros, José do Socorro Dos Santos da Costa.
Resumo:
A matemática escolar, em alguns casos, mostra-se limitada às necessidades de aprendizagem dos alunos de escolas ribeirinhas, pois a solução não é satisfatória para resolver problemas cotidianos desses estudantes, ou seja, a disciplina acaba se desvinculando do contexto prático, isso acaba dificultando a dinámica no ensino e da aprendizagem. Este artigo refere-se a uma pesquisa etnográfica com a intenção de coletar elementos matemáticos contidos em práticas tradicionais ribeirinhas, tivemos como objetivo a composição de questões contextualizadas que possibilitem novos caminhos para ensino da matemática e a busca de uma aprendizagem com significação para os estudantes oriundos dessas regiões; a observação concentra-se nos aspectos geométricos contidos nos contextos ribeirinhos e a forma como os mesmos resolvem seus problemas utilizando uma geometria própria, que denominamos de geometria ribeirinha. O trabalho foi desenvolvido com base em pressupostos epistemológicos da educação etnomatemática proposto por Vergani (2000); D’Ambrósio (1986, 1993, 2001) e Bishop (1988, 1999, 2006), este último propõe seis atividades que condicionam o conhecimento matemático no individuo, exemplificamos cada uma deles a luz das práticas cotidianas ribeirinhas e em seguida elaboramos as questões. A partir disso, observamos novos elementos surgirem, favorecendo assim o processo de ensino, além de proporcionar novas formas de leituras de mundo e contribuir com a valorização e respeito das práticas tradicionais, promovendo assim um ensino numa perspectiva transcultural.